Motivação
Os incêndios que devastaram Portugal em 2017 foram extraordinários por várias razões: causaram mais de 112 mortes, destruíram centenas de casas e empresas e provocaram uma área ardida próxima dos 500 mil hectares de floresta, estabelecendo recordes absolutos de destruição causada pelos incêndios no país. Entre outras exigências da sociedade, surge a necessidade de um melhor conhecimento do papel da meteorologia nos eventos extremos do fogo, para que possa ser incorporado em sistemas de apoio à decisão e ser transferido para as entidades operacionais, ajudando a salvar vidas e a reduzir outros impactos.
As mudanças climáticas em curso criaram condições mais propícias para a ocorrência de períodos de seca e ondas de calor que facilitam a ocorrência de Eventos Extremos de Fogo (EEF). Analisando os dados históricos relacionados com os incêndios em Portugal, iremos identificar as condições que antecedem a ocorrência de EEF, definir métodos de previsão com aplicação no espaço e no tempo, permitindo o lançamento de alertas antecipados para as autoridades e para a população.